domingo, 31 de janeiro de 2016

PE tem 1º caso de doença que paralisa os músculos associada a chikungunya


O surto de microcefalia continua a assustar mulheres em Pernambuco e o estudo de uma nova doença pode ajudar a relacionar os casos de microcefalia com o Zika vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.



Anderson Nunes, de 35 anos, não sabia nada sobre a síndrome de Guillain-Barré até pegar a doença em maio deste ano. Ele perdeu o movimento das pernas e passou 11 dias internado em uma semi-UTI. “Os sintomas foram fraqueza nas pernas, paralisia, eu fiquei com a boca troncha, os pés dormentes e as mãos dormentes, a voz embolou e eu fiquei de cama”, relata.
No Hospital da Restauração, referência em neurologia, o aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré chamou a atenção dos médicos. São 80 casos em investigação este ano, 42 já confirmados nos primeiros seis meses. O número é três vezes maior do que os 14 de todo o ano passado e os 13 registrados em 2013.
Os médicos do serviço de neurologia criaram um protocolo para investigar porque o número de pacientes com essa doença triplicou. Sessenta e nove casos estão sendo monitorados através de exames de sangue e do líquido retirado da coluna dos pacientes. Quatro já deram resultado positivo para o Zika vírus, o mesmo vírus suspeito de causar a microcefalia nos bebês.
Segundo a secretaria de saúde de Pernambuco, 487 casos de microcefalia foram registrados no estado este ano. Em 2014, foram 12 casos. "O Zica vírus é um vírus que pode promover o comprometimento dos nervos periféricos, raizes nervosas e também do sistema nervoso central. A microcefalia tem diversas etiologias, entre elas as etiologias virais", explica a Maria Lúcia Brito, neurologista do Hospital da Restauração
O transmissor desta doença rara e grave é um velho conhecido dos brasileiros: o mosquito Aedes aegypti, o mesmo causador da dengue, da chikungunya e do zika vírus. Segundo os médicos, ele pode ser o responsável pelo aumento do número de casos da síndrome de Guillain-Barré em Pernambuco e no Nordeste.
Com 35 anos de experiência, a médica Maria Lúcia Brito ensina que para se prevenir da doença a saída é combater o mosquito: "Mostrar os dados, esclarecer a população e educar sobre os cuidados".


Fonte: G1

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